quarta-feira, novembro 29, 2006

De quem é a culpa?

A CULPA É DO NATAL

Mais uma vez caminhamos a passos largos para o Natal e como sempre há pais natais pendurados nas janelas, as musiquinhas de natal invadem o éter e toda a gente sorri à excepção, claro, de Vasco Pulido Valente.
Este ano estou a pensar sinceramente oferecer quatro pneus a um vizinho meu que estaciona sempre o carro a bloquear a saída da garagem, mas ainda não escolhi a faca.
Como Português sinto orgulho em pertencer a uma nação cujo prato típico da época natalícia é um animal em vias de extinção, seria a mesma coisa que os bosquímanos da Namíbia degustassem Chita no Natal, o que só não se passa porque além de não acreditarem no Pai Natal não conseguem correr o suficiente para apanhar o felino.
Mas os números não enganam no nosso país são consumidas por ano sessenta e seis mil toneladas de bacalhau, uma média de sete quilos por pessoa ou seja uma dose diária de vinte gramas de bacalhau.
Qualquer arrumador do Intendente por muito esturricado que tenha o cérebro sabe que vinte gramas é uma overdose garantida e não pode fazer bem à saúde a longo prazo.
Apesar destes números acho muito estranho que se chame “fiel amigo” a um peixe dos mares do norte e ainda por cima se coma. Não faz sentido comermos os nossos amigos a não ser que trabalhemos em televisão.
Uma das coisas que mais me incomoda no Natal é sem duvida o Natal dos hospitais. Como sempre vamos assistir a um desfile de doentes para doentes que não podem desfilar. Apesar de achar que o Natal dos hospitais deveria ser proibido pela Convenção de Genebra acho que temos em mãos um óptimo produto para exportação, acredito piamente que os pretensos membros da Al Quaeda que estão hospedados em Guantanamo não hesitariam em confessar bizarrias sexuais entre a sua progenitora e Maomé se fossem sujeitos apenas a uns minutos de tamanha tortura.
Nós por cá estamos tão calejados da parolice e da hipocrisia que nos sentamos placidamente no sofá e assistimos a cada ano que passa a mais uma dose de radiação.
Sem bacalhau e sem Natal dos hospitais acreditem que tudo seria diferente, para melhor claro.

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